Nunca achei que de certo modo, seria difícil escrever sobre um filme. Por mais psicodélico, crítico ou insano que o fosse, mas Laranja Mecânica, obra prima de Stanley Kubrick (ao qual pretendo escrever sobre vários de seus filmes), foge aos padrões e deixa qualquer crítico de cinema, sociólogos, psicólogos e aspirantes a escritores (como eu) com as mãos atadas.
Com uma forte crítica social, Laranja Mecânica é uma adaptação do romance homônimo de 1962 do escritor Anthony Burgess.
O meu grande pecado ao escrever sobre esse filme é justamente o de não ter lido o livro ainda, porém, após uma assídua busca do livro em livrarias e sebos, não obtive sucesso em encontrar uma edição.
O filme é ambientado numa Inglaterra futurista e mostra a vida de Alex (Malcon McDowell), um adolescente violento e psicótico que apoia e faz uso da ultraviolência (que incluem espancamentos e estupros).
Sua psicologia é tão intensa, que paradoxalmente, sentimos ódio, desprezo e carinho pelo protagonista que é a individualização de todos os instintos humanos.
Em si, o filme é uma crítica ao ser humano, a sociedade violenta e corrupta (sim, corrupta, quem prestou atenção no filme compreendeu isso) a qual vivemos e sobre a possibilidade de tratamentos para psicopatas, criminosos com distúrbios e semelhantes para reintegração social.
Em alguns casos, o filme chega a ser perturbador, porém, é tão envolvente que é impossível deixar de assistir. É uma história de crime, castigo, redenção, ascensão e humor negro.
Extremamente bem interpretado e planejado, é a peça que eternizou Kubrick como o excelente diretor que foi (ou talvez o melhor).
De fato, é por isso que Laranja Mecânica é uma obra essencial de ser assistida, nos leva aos extremos, bonita e feia, cômica e trágica, repugnante e agradável, é uma obra única e essencial para compreensão da sociedade e do ser humano.