segunda-feira, 4 de julho de 2011

| tempos modernos |

Tempos Modernos foi o último filme mudo de Chaplin, (apesar de existir o emprego de sonoridade por parte dos personagens como algumas falas e um canto).
Uma aclamavel crítica e análise da sociedade, do investimento privado, da industrialização e do capitalismo.
O filme foi feito logo após a crise de 1929, quando a sociedade americana sofria com o desemprego e a fome. O personagem principal é Carlitos (personagem clássico de Chaplin), que tem um colapso nervoso na industria em que trabalha após ficar tanto tempo na mesma função, seguindo o esquema de linha de montagem, que acaba preso e conhecendo uma realidade e problema social que persiste até hoje. Prisioneiros acabam tendo mais regalias do que trabalhadores, tanto que, em certo momento do filme, quando Carlitos tem uma oportunidade para fugir, acaba por defender sua "estadia" na prisão e posteriormente pede ao delegado para ficar por mais tempo. Isso acabou me lembrando de uma reportagem que saiu a pouco tempo de um senhor que roubou um dólar de um banco nos EUA para poder ser preso e poder ter tratamento médico.
Tal situação também nos mostra como ficar em más situações e viver a margem da parcela social que tem maior poderio financeiro acaba sendo determinante para alguém desenvolver uma certa malandragem, um jogo de cintura para enrolar os outros e se virar com o que tem/falta em mãos (para quem assistir ao filme, observe bem as cenas da prisão e de quando ele arruma um emprego numa loja).
Outra questão que o filme enfatiza de um modo subliminar, porém bem presente, mas não degradante, é a das diferenças sociais, como por exemplo, quando Carlitos senta-se com sua namorada no jardim de uma casa e dentro da loja de departamentos que ele trabalha.
Para os que ainda não viram, o filme é de grande valia. Com um enredo inteligente, crítico e de grande apelo social (chegou até a ser considera socialista, e assim, proibido e boicotado em alguns países), Tempos Modernos nos mostra como as coisas não mudaram muito de 1930 para os dias de hoje em sua essência. (entenda que essa essência a que me refiro não é o papel da mulher na sociedade, que hoje, está em plena mutação, e sim dos caminhos que a sociedade toma perante acumulo de riqueza e afins).
Indico veementemente para entendermos um pouco dos costumes e ideologias que hoje nos cercam e que rumo iriam tomar e para nos mostrar, que na maioria das vezes, dizemos muito sem falar nada.